A agenda do tribunal prevê o embate entre a defesa e a acusação, seguido pela determinação da sentença. O conselho de sentença, composto por sete jurados sorteados, cinco homens e duas mulheres, será responsável por decidir se as rés serão consideradas inocentes ou culpadas.
No primeiro dia do julgamento, as rés, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues e Bruna Nathiele Porto da Rosa, foram interrogadas. Yasmin admitiu ter agredido o filho e administrado a dose fatal de medicamento que o deixou inconsciente no dia de sua morte. Ao ser questionada pela própria defesa se merecia ser condenada, Yasmin respondeu afirmativamente, chorando durante o interrogatório.
Por sua vez, Bruna admitiu sua participação na tortura psicológica e na ocultação do cadáver de Miguel, mas negou envolvimento direto na morte da criança. Ela também relatou ter acompanhado Yasmin no momento em que o corpo do menino foi lançado no Rio Tramandaí.
Além dos depoimentos das rés, o júri ouviu testemunhas, incluindo policiais militares que atenderam a ocorrência, o delegado responsável pela investigação do crime e proprietárias dos imóveis onde as acusadas residiram.
O assassinato de Miguel, de apenas 7 anos, chocou o país em 2021. Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo temor de que o menino atrapalhasse o relacionamento entre Yasmin Rodrigues e sua companheira, Bruna Nathiele Porto da Rosa. O corpo de Miguel teria sido colocado em uma mala e lançado em um rio de Imbé, cidade onde a família residia, e permanece desaparecido desde então. As rés estão detidas preventivamente desde a época do ocorrido.
No Tribunal do Júri, Yasmin e Bruna enfrentam acusações de homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.